As famílias dos detentos estão indignadas com a situação na penitenciária da Trindade, em Florianópolis, após o incêndio de grandes proporções que atingiu a unidade. Muitos familiares estiveram na frente do presídio, berrando e parando o trânsito, enquanto outras cadeias também “compraram” reclamações.
O incêndio ocorreu nesta quarta-feira (15). De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar, o fogo teve início em colchões da unidade, em um princípio de rebelião. Inicialmente, agentes informaram que se tratava de um incêndio de pequenas proporções, mas a situação logo se agravou.
No momento da tragédia, havia apenas um policial penal trabalhando sozinho em um setor com 46 presos. As informações iniciais indicam que houve pelo menos 3 mortes, mas outras vítimas ainda estão sendo avaliadas.
A situação na penitenciária é crítica, e a falta de policiais penais é apontada como um fator que contribui para o agravamento da crise.
O governo do Estado tem até o dia 12 de junho para encerrar os contratos com os 549 Agentes Penitenciários contratados em caráter temporário, atendendo a uma decisão do Tribunal de Justiça que julgou inconstitucional a manutenção desses contratos. No entanto, até o momento, o governo não se movimentou no sentido de buscar uma solução para a substituição dos agentes, após a dispensa dos temporários.
A inércia do governo é vista por representantes dos policiais penais como uma estratégia para manter os temporários. Uma das possibilidades seria deixar chegar ao prazo final e alegar ao judiciário que precisará de mais tempo para tirar os temporários, sob pena de uma saída abrupta gerar um caos nos presídios e penitenciárias do estado.
Enquanto isso, os 458 policiais penais aprovados em um concurso de 2019, já formados, aguardam serem chamados. A situação é preocupante, pois hoje há presídios com um policial penal para 200 pessoas, quando o número considerado ideal é de um policial para cada 5 presos.