Na noite do último sábado (5), o corretor de imóveis Eder Rezini foi morto a tiros no bairro Oliveira, uma área rural de Tijucas. A Polícia Civil foi acionada logo após o crime e deu início às investigações ainda no local. As diligências continuaram no domingo, dia das eleições, com o objetivo de identificar o autor do homicídio.
Cabe destacar que ocorreu uma grande confusão de informações. Isso porque duas ocorrências semelhantes foram registradas ao mesmo tempo, com veículos semelhantes envolvidos. Essa outra ocorrência também envolveu disparos de arma de fogo, numa suposta troca de tiros. A PMSC agiu rápido e conseguiu chegar até a residência de um traficante foragido – que continua foragido.
No local, os militares apreenderam uma grande quantidade de drogas e anotações do tráfico. Este homem, natural de MG, seria o chefe de uma organização criminosa que atua no Vale do Rio Tijucas. Entretanto, é importante frisar que o indivíduo não é o autor do homicídio de Eder Rezini, diferente do que inicialmente foi divulgado pelas forças de segurança que atuaram naquele dia.
O Jornal Razão replicou a notícia em respeito à sociedade tijuquense, tendo em vista que a imagem do suspeito já circulava há pelo menos 24h sem ter sido desmentida por nenhuma autoridade policial. Aliás, a fotografia em questão foi retirada do SISP, sistema interno que apenas as forças de segurança têm acesso. Por se tratar de um suspeito com diversas passagens pela polícia e considerado de alta periculosidade, optamos por divulgar. Isso porque, diferente de outros veículos que ‘escolhem’ quando divulgar o rosto de foragidos, o Jornal Razão age sempre unicamente em prol dos interesses dos nossos leitores.
Apesar das dificuldades causadas por essas informações incorretas que circularam amplamente no município, num excepcional esforço por parte das equipes do delegado Rodrigo Dantas, da Polícia Civil de Tijucas, conseguiram reunir elementos importantes para a investigação. Na terça-feira (8), após diversas diligências, o principal suspeito se apresentou voluntariamente à Polícia Civil, acompanhado de um advogado, e prestou depoimento, assumindo a autoria do crime. Ele alegou legítima defesa e entregou a arma de fogo que, segundo ele, foi usada durante o homicídio.
O delegado Rodrigo Dantas confirmou que o inquérito policial está avançado, mas que ainda há diligências a serem realizadas para verificar a versão apresentada pelo suspeito. “O autor se apresentou e deu uma versão dos fatos que converge com os elementos apurados até agora. Ele alega que houve uma discussão com a vítima, na qual passou a ser agredido, e, para se defender, usou a arma de fogo. Essa versão será confrontada com outras evidências”, explicou o delegado.
Em contato com o Jornal Razão, o suspeito do crime, popularmente conhecido como ‘Gaúcho’, afirmou que ‘a verdade virá à tona’. Visivelmente abalado com o ocorrido, ele se limitou a dizer que está à disposição da justiça. Após se apresentar às autoridades e prestar depoimento, ele foi liberado e, até o momento, está respondendo em liberdade. O delegado poderá representar – ou não – por sua prisão preventiva.
A prisão preventiva é uma medida cautelar, e não significa aplicar pena antecipada, tem por finalidade evitar que o acusado cometa novos crimes ou prejudique o andamento do processo, destruindo provas, ameaçando testemunhas ou fugindo.
Informações extraoficiais sugerem que a vítima do homicídio teria agredido Gaúcho com um facão. Todavia, a Polícia Civil não confirma oficialmente. As famílias de Eder e do próprio autor do crime tinham fortes laços, que agora foram tomados por uma nuvem pesada de dor e angústia.
O inquérito policial seguirá com a coleta de provas, incluindo laudos periciais e depoimentos de testemunhas. O delegado afirmou que, após a conclusão dos exames e as oitivas pendentes, o caso será encaminhado ao Poder Judiciário para os devidos trâmites legais.