Uma megaoperação da Polícia Federal (PF), iniciada nesta terça-feira (5), foca em um grupo suspeito de distribuir 43 mil armas para as maiores facções criminosas do Brasil. A operação, que já resultou em 67 apreensões, está sendo realizada em pelo menos 10 estados brasileiros, incluindo Santa Catarina, além de ações no Paraguai e nos Estados Unidos.
Na manhã desta terça-feira, a PF cumpriu 25 mandados de prisão preventiva, seis de prisão temporária e 54 de busca e apreensão nos três países envolvidos. As investigações apontam que uma empresa sediada em Assunção, no Paraguai, foi o principal canal de importação de pistolas, fuzis e munições de fabricantes europeus localizados na Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.
As armas, após serem importadas para o Paraguai, eram adulteradas e revendidas a intermediários atuantes na fronteira do Brasil com o Paraguai, que por sua vez as distribuíam para facções criminosas brasileiras. A PF estima que a empresa investigada movimentou cerca de R$ 1,2 bilhão em três anos com essa operação ilegal.
As investigações tiveram início em 2020, em Vitória da Conquista, na Bahia, após a prisão em flagrante de dois homens com 23 pistolas e dois fuzis adulterados, além de munições e carregadores. Ao todo, foram recolhidas 659 armas em 67 apreensões nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Ceará.
Esta operação representa um esforço significativo no combate ao tráfico de armas e ao crime organizado, destacando a importância da cooperação internacional na luta contra atividades criminosas transfronteiriças.