Mãe se revolta ao descobrir que professor denunciado por assédio voltou a dar aulas ao seu filho: “temos vários boletins de ocorrência”

Juliana decidiu tirar seus filhos, incluindo um adolescente de 14 anos, da Escola Estadual de Educação Básica Marcos Konder após descobrir que um professor, suspeito de assediar alunos, continuava dando aulas.

Uma mãe, chamada Juliana Zuchi, viralizou nas redes sociais após denunciar nesta quinta-feira (9) um suposto caso de assédio numa escola de Ilhota.

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Juliana decidiu tirar seus filhos, incluindo um adolescente de 14 anos, da Escola Estadual de Educação Básica Marcos Konder após descobrir que um professor, suspeito de assediar alunos, continuava dando aulas.

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O filho dela teria sido uma das vítimas.

Ela compartilhou diversos relatos e prints de conversas que apontam para o assédio sexual sofrido pelo menino e outros estudantes.

Em um vídeo diante da escola, Juliana expressou sua frustração: “Aqui na Escola Educação Básica Marcos Konder, temos um professor que assediou alunos, foi denunciado, [o caso] está na delegacia, e ele está aqui, como se nada tivesse acontecido. Uma criança de 14 anos foi assediada pelo professor. Ela não tem direitos, mas o professor tem? Eles estão negando atendimento porque acham que o professor tem direitos”, desabafa a mulher.

Juliana continuou detalhando suas ações e a falta de resposta adequada das autoridades escolares: “Eu ainda falei, vocês vão esperar acontecer mais? Simplesmente se negaram, não podem atender, não podem fazer nada. Eu retirei meu filho e minha outra filha, que está no último ano. Enquanto esse professor estiver lá, meus filhos não vão frequentar essa escola”, afirmou.

Ela também mencionou o suposto descaso com que suas preocupações foram tratadas inicialmente: “Fomos na escola, conversamos com eles, explicamos a situação, já tínhamos ido na Secretaria de Educação, na SEMED”, contou, explicando que não obteve o retorno esperado. Segundo afirma, não podiam fazer nada porque não tinha denúncia formal dele.

O posicionamento da escola foi defendido por um professor identificado como Daniel Lanznaster, que, nas redes sociais, em resposta às acusações, declarou: “A unidade escolar não escolhe os professores que lá atuarão. Não sei ao certo o que aconteceu entre seu filho e o professor, isso cabe à polícia judiciária investigar. Você desacatou os funcionários públicos que estavam em serviço e responderá por esse crime! Não estamos aqui para sofrer ameaças. Trabalhamos com salários defasados e estruturas precárias. Você quis resolver o problema com violência, o oposto do que ensinamos, mas isso você não mostra no vídeo, não é? Haja com respeito e será tratada com respeito.”

Ainda no vídeo, Juliana diz que vai buscar justiça pelos filhos e por outras crianças que passaram pela situação.

“Não vou esquecer. Vou atrás dos direitos do meu filho e das outras crianças, porque não quero que aconteça com eles o que aconteceu com o meu filho e com outras crianças que conhecemos”, enfatiza.

Boletins de ocorrência foram registrados e a situação permanece em investigação. O Jornal Razão solicitou um posicionamento da Secretaria Estadual de Educação de Santa Catarina e aguarda retorno.

OUTROS DEPOIMENTOS

Outros depoimentos acerca da denúncia de assédio na Escola Educação Básica Marcos Konder seguem surgindo.

Uma estudante, que pediu para não ser identificada, relata comportamentos altamente inapropriados por parte de um professor acusado de assédio sexual.

“Ele vivia interagindo de maneira inapropriada com os alunos nas redes sociais, curtindo e comentando stories pessoais. Em sala de aula, ao invés de lecionar, ele se dedicava a discutir temas impróprios, como pornografia, o que causava desconforto generalizado”, afirma a aluna.

Ela relata também que, apesar das reclamações à direção, poucas medidas foram tomadas. “Minhas amigas e eu já reclamamos diversas vezes com a direção da escola, mas sempre fomos ignoradas. Eles parecem proteger os professores, independentemente das acusações”, lamenta.

O professor é também acusado de fazer convites indecentes aos estudantes. “Ele chegou a convidar meu irmão, que já não estuda mais na escola, para ir a um motel. Graças a Deus, ele não está mais lá”, conta a estudante, que continua: “Não é a primeira vez que isso acontece. Já passou da hora de tomarmos uma atitude contra a escola. Os pais e alunos deveriam considerar entrar em greve ou organizar uma manifestação”, propõe a aluna.

As denúncias colocam em cheque a conduta do profissional em questão e levantam sérias questões sobre o ambiente educacional na instituição. “Que tipo de professor faz isso com as alunas? Ele olha para as meninas com malícia, e todos já sabem disso. Os meninos talvez vejam como brincadeira, mas para as meninas é uma ofensa”, conclui a estudante.

Outros relatos do tipo também foram compartilhados por estudantes e ex-alunos.

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