O Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) divulgou um boletim preocupante nesta quinta-feira (16). O documento aponta que o lago Guaíba, localizado em Porto Alegre, pode se manter acima da cota de inundação, estipulada em 3 metros, até o final do mês de maio.
Essa estimativa se baseia em um cenário que não inclui novos episódios de chuvas expressivas ou impactos de ventos fortes.
No boletim, o IPH avaliou diferentes cenários futuros, incorporando possíveis precipitações e ventanias. De acordo com essas análises, se tais condições se materializarem, o lago poderá manter-se em níveis críticos por um período ainda mais prolongado, possivelmente alcançando o início de junho.
Na última medição realizada às 12h15min de quinta-feira, o Guaíba registrou um nível de 4,91 metros, com uma tendência de diminuição observada desde o dia anterior.
A previsão é que o lago continue acima de 4 metros nos próximos dias, com possibilidade de redução gradual ao longo da semana.
O cenário atual é uma continuação das severas condições meteorológicas que afetaram o Rio Grande do Sul nas últimas semanas. As enchentes resultantes já provocaram 151 mortes, deixaram 104 pessoas desaparecidas e causaram ferimentos em 806 indivíduos, segundo a Defesa Civil estadual. O total de afetados ultrapassa 2,2 milhões, com mais de 538 mil desalojados e cerca de 77 mil em abrigos. Dentre os 497 municípios gaúchos, 460 reportaram prejuízos relacionados aos temporais.