Na manhã desta quarta-feira (8), o Guaíba apresentou sinais de melhora em Porto Alegre, com uma redução de 15 centímetros em seu nível, conforme informado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura. A nova medição, realizada às 6h15, registrou o lago a 5,12 metros, o que representa o nível mais baixo desde o sábado passado, quando foi medido em 5,16 metros.
Embora ainda esteja acima da cota de segurança, que é de 3 metros, essa redução traz um sopro de esperança aos moradores, especialmente após os recentes temporais que deixaram um rastro de destruição por todo o estado, com mais de 90 fatalidades.
A água continua a cobrir algumas ruas da capital, mas a tendência de queda é uma notícia encorajadora.
No bairro Menino Deus, um dos mais afetados, novas áreas foram alagadas, ainda assim, a situação começa a mostrar sinais de melhora. Estratégias de emergência, como o posicionamento de caminhões do Exército e ambulâncias em pontos críticos, têm sido eficazes. O Professor Fernando Fan, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, comentou sobre os desafios enfrentados devido ao desligamento temporário de algumas bombas, mas destacou o trabalho contínuo para proteger e drenar áreas vulneráveis.
O domingo anterior marcou o pico deste período crítico, com o Guaíba alcançando 5,33 metros. No entanto, a expectativa agora é que, se as condições climáticas ajudarem, o nível do lago possa retornar ao normal em cerca de 30 dias, um processo natural que se assemelha ao ocorrido em 1941, após uma grande enchente.
O cenário das enchentes é complexo, influenciado pela confluência das águas dos rios Taquari, Caí, Pardo, Jacuí, Gravataí e Sinos, que formam uma barreira natural, retardando o escoamento para o mar. Apesar dos desafios, a diminuição no nível das águas é um indicativo de que medidas estão sendo tomadas e que a resiliência dos gaúchos continua firme frente às adversidades.