Nesta quarta-feira (5), uma tragédia abalou a cidade de Blumenau, após um homem de 25 anos invadir a creche Cantinho Bom Pastor com uma machadinha, matando três meninos e uma menina com idades entre 4 e 7 anos, além de deixar outras quatro crianças feridas.
Este é o 23º ataque em escolas ou creches no Brasil desde 2002, de acordo com o relatório “Extremismo violento em ambiente escolar”, elaborado pela professora Michele Prado do “Monitor do Debate Político No Meio Digital” do grupo de Políticas Públicas para o Acesso à Informação da USP.
Mais da metade de todos os crimes – 12 dos 23 ataques – foi registrada de 2022 pra cá, o que demonstra uma aceleração do crime neste sentido.
Segundo a pesquisadora, a maior parte dos casos está relacionada com as comunidades online, onde cultua-se a “violência extrema, além da misoginia, racismo, antissemitismo e uma vasta constelação de queixas e supremacismos”.
Os criminosos têm idades entre 13 e 25 anos, sendo que a grande maioria consiste em jovens com menos de 18 anos. Em 12 casos foram utilizadas armas de fogo e em 11 utilizaram-se armas brancas. Há ainda sete com uso de bombas ou coquetel molotov.
São Paulo é o Estado que mais registrou ataques nos últimos 23 anos, com sete casos e 22 vítimas fatais, seguido pela Bahia, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Para Prado, é importante destacar que apenas uma minoria dentre esses indivíduos radicalizados chegarão ao extremo de praticar de fato uma ação violenta.
No entanto, é preciso discutir políticas públicas que promovam a segurança em escolas e creches, além de abordar a questão do extremismo e da violência no ambiente online.
