Após 75 dias de operação, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) concluiu sua missão de apoio ao Rio Grande do Sul, no enfrentamento à sua maior tragédia climática. Os primeiros bombeiros foram encaminhados ao estado vizinho em 1º de maio, por determinação do governador Jorginho Mello, em uma grande Força-Tarefa (FT) organizada pelo Governo do Estado de Santa Catarina. Nesta semana a última equipe finalizou a missão.
A operação mobilizou 165 bombeiros militares e 28 cães de busca. Através do trabalho especializado das equipes, foi possível realizar o resgate de 3.051 pessoas e 560 animais.
As primeiras equipes a serem mobilizadas foram deslocadas para os municípios de Lajeado, estendendo-se para Cruzeiro do Sul, na região do Vale do Taquari e para a Grande Porto Alegre.
Em desastres de grande escala como esse, as operações foram divididas em fases distintas. A primeira fase concentrou-se no resgate prioritário de pessoas e animais vivos, utilizando embarcações nas áreas alagadas e viaturas, além de drones, nas regiões atingidas por deslizamentos.
Na etapa seguinte, o trabalho é dedicado ao resgate de vítimas que possam ter sido arrastadas pelas enxurradas e/ou deslizamentos. Neste momento, o trabalho realizado pelos binômios, dupla formada entre bombeiro militar e cão de busca, é fundamental. Com a ação dos binômios, foi possível encontrar 4 das 21 vítimas.
O trabalho do CBMSC foi além da realização de resgates. Através do serviço aeromédico, em parceria com o SAMU Aeromédico (SES/SAMU) e em conjunto com o Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (HEMOSC), foi realizado o transporte de bolsas de sangue e medula óssea. Foram 02 voos, um saindo de Florianópolis e outro de Joaçaba. Outra ação fundamental foi o transporte aeromédico de pacientes.
“O Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina se orgulha de finalizar essa missão. Conseguimos, de forma ágil e seguindo as determinações do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, chegar ao estado vizinho e realizar o apoio necessário salvando milhares de vidas. Esse é o nosso compromisso com a vida e a segurança dos cidadãos. Nossa expertise em outros desastres naturais em nosso Estado foi importante para dar uma boa resposta a este evento também”, afirma o Comandante-Geral do CBMSC, Coronel Fabiano Bastos das Neves.
Como funcionam as forças-tarefas?
A corporação possui 15 Forças-Tarefas, que podem ser empregadas a qualquer momento. São bombeiros militares que estão lotados em todos os batalhões do CBMSC pelo Estado, e possuem cursos operacionais especializados em atividades relacionadas a desastres naturais, como busca e resgate, intervenções em áreas deslizadas, embarcações, atividades com cães, entre outros.
“Caso seja necessário, a corporação aciona a Força-Tarefa mais próxima de onde acontece o desastre, para atuar na resposta. Isso garante um rápido tempo-resposta e uma efetividade alta no atendimento à população”, informa o comandante-geral, coronel Fabiano Bastos das Neves.
Os grupos são formados por células de 4 militares cada (podendo ser acionada de 2 a 4 células da mesma FT) e são compostas por viaturas 4×4, embarcações, e equipamentos específicos para a atividade a ser desenvolvida. Outra curiosidade é que as FTs são autossuficientes, ou seja, ao chegar na zona de desastre não onera a logística do local. Os bombeiros militares são independentes para alimentação, alojamento e deslocamentos, por exemplo.
Algumas Forças-Tarefa tem binômios (cão+bombeiro) em seu grupo. E outras, mais que um binômio. Caso a operação necessite do cão, eles também são acionados e vão para as ocorrências, junto com os bombeiros militares.
Recursos enviados pelo CBMSC na Operação RS
165 bombeiros militares
28 cães de busca
54 viaturas
40 embarcações
19 motores de popa
02 caminhões
01 Auto Posto Comando
01 mini escavadeira
01 quadriciclo