Idoso com câncer grave é “abandonado” no corredor de hospital em SC

Outros moradores também deram depoimentos sobre a saúde do estado, da qual consideram estar em uma situação de "judiaria com o ser humano"

A saúde pública de Santa Catarina tem sido alvo constante de críticas por parte da população. A denúncia da vez é de uma filha que clama por ajuda em relação ao pai, que estava internado no Hospital Regional do estado com um câncer avançado no olho. O vídeo foi compartilhado nas redes sociais pelo deputado Estadual Sérgio Guimarães.

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Segundo ela afirma, o idoso necessita de cirurgia desde o início do ano, entretanto, ao invés de ficar internado, afirmaram que dariam um remédio para, em seguida, liberá-lo.

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O depoimento viralizou nas redes sociais. A mulher conta, através de um vídeo, que o pai, um homem de idade, está esperando por uma cirurgia para a retirada de um tumor desde março, mas não o chamam e o câncer já tomou o olho. “Ele não está abrindo o olho”, ela explica.

Além disso, no momento em que estava no hospital, a mulher compartilhou que o idoso teve que ficar no corredor por mais de 30 minutos sentindo dor, sem qualquer remédio. “A pressão dele no momento está 19 por 10 e eles vão mandar ele embora. O médico disse que vão dar um remedinho para ele e vão mandar ele embora. Até quando meu pai desse jeito aqui?”, contou a filha, desesperada.

Diante da repercussão do caso, várias críticas sobre a saúde pública de Santa Catarina vieram à tona. “Meu avô teve um caso bem parecido, mas o regional não fez nada. Foi mandado para o CEPOM. Ficou na fila e nada de chamarem para a cirurgia. Graças a Deus encontramos um doutor que fez a cirurgia em dezembro no particular. Porém, em março, deu metástase, onde precisa de radioterapia. Foi para a fila do CEPOM e nunca sequer chegou a fazer o procedimento, porque morreu. O SUS está cada vez pior. E quando se trata de idosos, eles não estão nem aí. É um descaso total”, enfatizou uma catarinense.

Outra moradora do estado enfatizou que a mãe está esperando uma cirurgia há mais de três anos.

“Minha mãe está esperando cirurgia desde antes da pandemia. Já foi marcada e desmarcada e já perdi as contas. É muita judiaria com o ser humano”, declarou.

Alguns moradores também fizeram questão de criticar as propagandas do governo catarinense em relação à saúde pública.

“Tirando nós, catarinenses, de palhaços. Até quando? ‘Propaganda’: o nome já diz, porque a realidade é outra. Como podem deixar um senhor dessa idade e com uma ferida desse estado assim jogado?”, criticou. “Engraçado que o governo está com uma propaganda mentirosa dizendo que está zerando a fila de cirurgias”, concluiu outro.

Diante das graves denúncias, o Jornal Razão entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Santa Catarina. Em resposta, foi enviada a seguinte nota:

“A direção do Hospital Regional de São José informa que o paciente deu entrada na Emergência da unidade nesta terça-feira, 15 de agosto, às 21h, foi prontamente atendido, medicado, internado e realizou exames. Na manhã desta quarta-feira, 16, o mesmo foi avaliado pelo cirurgião de Cabeça e Pescoço, e pelo Serviço de Oftalmologia. Nesta tarde, o paciente irá para o centro cirúrgico onde será realizada a biópsia da lesão.

O paciente aguardará o resultado da biópsia em sua residência. De acordo com o resultado da análise da lesão, será definido o tratamento adequado.

A unidade esclarece ainda que o paciente não estava na fila de espera por Cirurgia de Cabeça e Pescoço no HRSJ. O mesmo aguardava agendamento de consulta com cirurgião de cabeça e pescoço desde março deste ano, solicitado pelo município de Palhoça. Após a atualização dos dados clínicos do paciente foi realizado o agendamento de consulta em oncologia clínica no Hospital Universitário.

A conduta a ser definida pela oncologia, dependerá do resultado da biópsia”.

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