Brasília, 14 de setembro — Em um dia de intensas deliberações, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e André Mendonça entraram em acirrado debate sobre a gestão das forças de segurança no caótico dia 8 de janeiro deste ano. Na ocasião, extremistas atacaram e vandalizaram sedes dos Três Poderes na capital federal.
Contexto do Embate
O embate entre os ministros ocorreu durante a análise do caso de Aécio Lúcio Costa Pereira, o primeiro réu relacionado aos atos golpistas a ter seu processo examinado pela mais alta instância judicial do país.
A Visão de Mendonça
Mendonça, ex-ministro da Justiça durante o governo de Jair Bolsonaro, defendeu a utilização da Força Nacional para conter o avanço dos extremistas, argumentando que estava “de plantão com uma equipe à disposição” na fatídica data. “Não consigo entender como o Palácio do Planalto foi invadido da forma como foi”, lamentou o ministro.
O Retorno de Moraes
Interrompendo Mendonça, Moraes afirmou que a falha foi da Polícia Militar do Distrito Federal, ressaltando que cinco comandantes da PM estão atualmente detidos. O ministro, que também ocupou a pasta da Justiça durante o governo de Michel Temer, foi incisivo ao dizer que a Força Nacional “não poderia atuar se não houvesse demanda do governo do DF, pois isso fere o princípio federativo”.
A Espiral da Controvérsia
Moraes classificou como “absurdo” Mendonça “querer falar que a culpa do 8 de janeiro é do ministro da Justiça”. Ele aludiu ao ex-ministro Anderson Torres, que “fugiu para os Estados Unidos e foi preso”, como elemento complicador do cenário. Em resposta, Mendonça pediu para que Moraes “não colocasse palavras” em sua boca, ao que foi rebatido com um “tenha dó” por parte de ambos.
