A síndica de um condomínio em Tijucas anunciou a implementação da linguagem neutra na comunicação interna da comunidade. Esse acontecimento em Tijucas parece ter se inspirado em outro caso que também viralizou recentemente no país. O debate sobre a linguagem neutra ganhou ainda mais força após decisões judiciais relacionadas ao tema. Em fevereiro deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou uma lei estadual de Rondônia que proibia o uso da linguagem neutra nas escolas, alegando que a lei era inconstitucional e que competiria à União legislar sobre normas de ensino.
Além de Rondônia, estados como Paraná e mesmo Santa Catarina têm leis ou decretos em vigência que vetam o uso de linguagem neutra em ambiente escolar. Em algumas capitais, como Porto Alegre e Manaus, as leis municipais também proíbem a prática.
As recentes legislações surgiram em um contexto político em que uma onda conservadora ganhou força, marcado pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante seu mandato, diversas pautas contrárias a direitos de grupos minoritários foram priorizadas, o que incitou debates e polarizações em todo o país.
Em um episódio que chama atenção pela proximidade geográfica com Tijucas, uma professora do Colégio Salvatoriano Imaculada Conceição, em Videira, foi filmada ensinando linguagem neutra. O episódio gerou polêmica nas redes sociais e no meio acadêmico. A professora acabou sendo demitida.
É pertinente notar que a língua portuguesa, uma língua românica, descende do latim, que contava com três gêneros gramaticais: masculino, feminino e neutro. Ao evoluir para o português, o gênero neutro foi abandonado, ficando o masculino como gênero genérico.
