Quem nunca se arrependeu que atire a primeira desculpa.
Quando magoamos alguém por quem nutrimos admiração, é natural que tenhamos o sentimento de remorso. Com exceção de pessoas maldosas e rancorosas, dificilmente encontraremos alguém que nunca vivenciou ou protagonizou um pedido de perdão.
O perdão, aliás, mais uma vez parafraseando Cortella, é muito mais intenso. A desculpa tira a culpa, mas não a responsabilidade. Errar não é obrigatório, mas uma possibilidade.
O fato é que o jornalismo errou. As pessoas que compartilharam em suas redes sociais o erro jornalístico também erraram. E entre os jornalistas e leitores que erraram, poucos admitiram o erro.
Por que?
Uma frase extremamente clichê, daquelas que decorar para-choque de caminhão, que diz: “errar é humano, persistir no erro é burrice”.
Nesse caso específico, arrisco dizer que não é burrice. É a prova de que se tratou de um erro deliberado. Afinal, se o arrependimento e o remorso são sentimentos naturais no curso das ações humanas, só não se arrepende aquele que sabe do caráter de seus atos.
Taxar genericamente um povo de coração hospitaleiro, patriota e empreendedor como simpatizantes de um dos mais cruéis regimes ditatoriais que o mundo já viu não é apenas falta de caráter. É crime e merece apuração contundente das autoridades.
Mas, será que haverá punição? Afinal, quem vazou (ou melhor, inventou) todo o caso, sequer mora no Brasil. Tem um excelente álibi para fugir dos tribunais brasileiros. Aliás, ele é natural da própria cidade que decidiu em sã consciência difamar para todo o mundo. Cuspiu, literalmente, na sua própria terra.
E sabe o que é o pior de tudo isso? Como não houve o sentimento de culpa e muito menos o pedido de perdão, quando pesquisamos por São Miguel do Oeste no Google, advinha qual a primeira coisa que aparece?
Os responsáveis por tudo isso merece essas linhas? Com certeza não. Quem merece é o povo de São Miguel do Oeste e o povo de Santa Catarina.
A este povo, nosso máximo respeito e o nosso mais sincero pedido de desculpas.