O Governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, falou pela primeira vez sobre a controversa nomeação de seu filho caçula, Filipe Mello, para um alto cargo no governo estadual. Em meio a acusações de nepotismo e críticas da oposição, o governador defendeu vigorosamente a decisão, afirmando que seu filho “não precisa de emprego” e que desistiu do cargo por conta das críticas.
“Meus filhos são bem-sucedidos e autônomos”, afirmou Jorginho Mello, destacando a formação gratuita universitária como um pilar para a autonomia dos jovens. Ele ressaltou as carreiras estabelecidas de seus filhos – Filipe como advogado e Bruno como dentista – e como eles sempre o apoiaram em seu governo.
A nomeação de Filipe Mello para o cargo de Secretário de Estado da Casa Civil foi inicialmente impedida por uma liminar do PSOL, mas o desembargador Getúlio Correa, do Tribunal de Justiça, acatou um recurso da Procuradoria-Geral do Estado e derrubou a decisão. A súmula do Supremo Tribunal Federal, que permite a nomeação de parentes em cargos políticos, foi citada como base para a decisão.
Esta decisão judicial pavimentou o caminho para a posse de Filipe Mello, que ocorrerá junto com outros novos secretários na próxima quarta-feira (10). A nomeação faz parte de uma ampla reformulação no governo de Mello, que incluiu mudanças em cinco secretarias-chave.
Críticos, no entanto, veem a nomeação de Filipe como um exemplo preocupante de influência familiar na administração pública, apesar da legalidade da decisão. Esta manobra é vista como uma estratégia do governador para fortalecer sua influência na Assembleia Legislativa e garantir o cumprimento de acordos políticos, particularmente agora com a candidatura de Estêner Soratto Júnior à Prefeitura de Tubarão.
As alterações no governo, incluindo a nomeação de novos secretários para Segurança, Comunicação, Defesa Civil e Administração, refletem uma reconfiguração estratégica em áreas vitais do governo de Jorginho Mello, marcando um novo capítulo na gestão do estado de Santa Catarina.