Manifestantes da CUT, PCdoB e do PT ‘invadiram’, em protesto, o Instituto de Ensino Luterano de Santa Catarina (IELUSC), em Joinville, na noite desta terça-feira (18). A motivação teria sido o afastamento por causas políticas da professora Maria Elisa Máximo, que atuou na instituição há 15 anos. Ela supostamente teria “ofendido os moradores da cidade após a forte adesão ao candidato pelo PL, Bolsonaro”. No município, o político teve quase 70% dos votos válidos.
Imagens da ‘invasão’ circulam nas redes sociais, onde mostram os manifestantes proferindo frases como “ocupar e resistir”, “os estudantes não aceitam opressão” e “ele não”, referindo-se ao presidente e candidato a reeleição Jair Bolsonaro. Conforme informações divulgadas pela imprensa, o protesto foi organizado por um grupo de estudantes da própria instituição, que não concordam com o afastamento da professora.
Segundo comunicado feito em relação ao desligamento da profissional, que aconteceu no dia 12 de agosto, a instituição pediu que os professores que ali trabalham “evitassem posicionamentos pessoais [que] possam ser vinculados como sendo da instituição educacional, sobretudo na sala de aula ou em mídias e grupos acessados por estudantes e/ou pais; e evitar deixar-se influenciar pelas emoções ingressando em debates improdutivos, em especial quando você ou seu interlocutor utilizam achismos e generalizações como argumentos”.
CAUSA
Um dia antes do primeiro turno das eleições, no sábado (1º), Jair Bolsonaro fez uma motociata em Joinville, onde reuniu centenas de apoiadores. O evento político durou cerca de uma hora e meia. Enquanto o presidente puxava a manifestação, Maria Elisa Máximo cruzou o caminho com o carro adesivado com o rosto de Lula (PT). O marido e os dois filhos também estavam no carro.
Elisa é doutora em antropologia e pesquisa sobre o ciberespaço e as sociedades complexas. Ela comentou sobre a ‘perseguição’ que sofreu após o episódio: “Eles agem pelo poder econômico. Um dos focos é inviabilizar a existência de pessoas como eu, e existem muitas formas de se fazer isso, inclusive tirando o trabalho. Teve gente que me escreveu dizendo que eu preciso sair da cidade e que não posso mais ser professora. Eu sequer estou saindo de casa e os meus filhos não estão frequentando a escola”, afirmou.
FIÉIS COMENTAM
Ainda sobre o protesto dentro da igreja, na página oficial da instituição, fiéis comentaram que o culto noturno foi impedido pelo manifesto e declararam solidariedade. “Meu repúdio à manifestação ocorrida, que acabou interferindo no culto da paz”, escreveu uma pessoa.
Até o momento, a Igreja não se posicionou a respeito da invasão. A imprensa procurou a IELUSC para saber se houve danos materiais ao templo e se houve a interrupção do culto no momento da baderna, mas ainda não obteve retorno.
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