O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, ainda não anunciou nenhum dos seus ministros, fato este que tem causado mal estar entre aliados e repercutido negativamente no mercado. Porém, nos últimos dias, o nome do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad ganhou força como grande favorito para assumir o Ministério da Fazenda.
A interlocutores, Haddad confessou que aceitaria a proposta, caso ela seja concretizada. Antes mesmo do início do governo, ele quer um grupo trabalhando para identificar onde seria possível cortar gastos rapidamente e ganhar eficiência já nos primeiros 100 dias.
A base do plano pode, inclusive, ser um documento que já está na mão da transição: o diagnóstico do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre benefícios tributários concedidos no Brasil.
Cortar excessos é prioridade e mandaria uma mensagem positiva ao mercado financeiro, mesmo sendo uma briga difícil com alguns setores do país. Ainda de acordo com interlocutores, Haddad é o grande favorito para a Fazenda, mas seu nome ainda está em uma espécie de teste para sentir o impacto no mercado financeiro.
Parte disso é o encontro de Haddad com representantes dos principais bancos do país nesta sexta-feira (25), em almoço de final de ano da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Haddad vai representar Lula ao lado do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Há poucos dias, quando viajou com Lula para o Egito e Portugal, Haddad conversou sobre seu futuro no governo. Nenhum convite foi feito e nenhuma pasta foi garantida.
Na conversa, segundo relatos, Haddad disse que queria um novo desafio, o que significaria não voltar ao Ministério da Educação.
Disse que gostaria de fazer parte do chamado núcleo de poder do governo: Fazenda, Planejamento, Casa Civil, Justiça, Defesa ou Itamaraty.