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Denúncias indicam que viagem política de Moisés impediu atendimento médico a criança

De acordo com deputados estaduais, o governador estaria utilizando indevidamente o avião de resgate, Arcanjo 6. Não é a primeira vez que o governador se envolve em polêmicas envolvendo o uso das aeronaves.
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Divulgação

Nesta semana, um caso de maus tratos com um bebê revoltou os catarinenses. A criança, de apenas três meses, acabou não resistindo. Através dessa tragédia, outra situação revoltante foi denunciada por deputados estaduais: o avião de resgate de SC, o Arcanjo 6, não estava disponível para socorrer a criança, que teve que ser levada de ambulância por um percurso de mais de 400 km, uma viagem de quase seis horas, em média.

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Mas para que a aeronave – que deveria ficar à disposição para atender justamente este tipo de emergência – estava sendo utilizada? Segundo as denúncias, o governador Carlos Moisés estaria fazendo uso do avião ambulância.

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O governo classificou a denúncia como ‘fake news’. “É falsa a afirmação proferida por dois deputados estaduais”, publicou o governo. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) esclareceu, por meio de nota: “Assim, a SES esclarece que o avião estava em uso pelo governador, mas, conforme informação médica, a ação não impediu a remoção por via aérea, mas ocorreu por via terrestre dada à instabilidade do quadro clínico do paciente”. Quando ociosa, a aeronave Arcanjo 06 pode ser utilizado para apoio a órgão públicos e autoridades, mediante autorização da secretaria, informou o governo.

Conforme os deputados Bruno Souza (NOVO) e Jesse Lopes (PL), durante fala em sessão da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, no dia da transferência, segunda-feira (18), a “equipe [médica] concluiu que o paciente deveria ser encaminhado de forma urgente para o Hospital Infantil Joana de Gusmão, na Capital”, quando o avião estava em Caçador. Também segundo os deputados, no momento da transferência do bebê, feita por via terrestre “o Arcanjo 06 estava na cidade transportando autoridades e, assim, impossibilitado de atender a criança”.

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De acordo com Bruno Barros, coordenador médico do Grupo de Resposta Aérea de Urgência (GRAU), não houve nenhuma solicitação para transporte aéreo do bebê e a gravidade do caso não permitiria esta opção. “As aeronaves são preparadas para o transporte de pacientes em situação grave, mas com quadros estáveis. Elas não possuem configuração para atendimentos emergenciais como era a situação do bebê”, diz Barros.

Conforme o governo, durante o transporte da criança pela ambulância, o paciente sofreu três paradas cardiorrespiratórias e foi reanimado: “Manobra que não poderia ser feita dentro do avião, por exemplo”.

Versões divergem

Entretanto, a alegação dos deputados é divergente da informação repassada pelo GRAU. “As equipes envolvidas no atendimento tentaram a transferência por transporte aéreo. Mas, pelo menos, o Arcanjo 06 estava indisponível, tanto para o dia 18 de julho, como para a manhã seguinte, 19. Após a negativa, o bebê foi transferido via terrestre para não perder o leito de UTI, em Florianópolis”, disseram os deputados em nota.

O Executivo diz que desde o início da gestão o avião (Arcanjo 02), utilizado pelo governador, foi disponibilizado para uso integrado com o serviço aeromédico e que alugou um segundo avião (Arcanjo 06) para uso aeromédico. O governo diz que o aluguel do avião está: “garantindo a prestação do serviço se houver indisponibilidade do primeiro [avião] (por exemplo, em caso de manutenção). Ou seja, a relação entre uso pela autoridade máxima do Estado e prioridade à saúde é inversa à sugerida pelas falsas informações”.

Os deputados dizem que o processo licitatório, de aluguel do Arcanjo 06 “não permite o uso para deslocamento de autoridades em cumprimento de agenda ou compromissos pessoais” e que o uso seria para “execução de transporte aeromédico, operações de busca, resgate, salvamento, transportes de órgãos vitais, ações de Defesa Civil e apoio a órgãos públicos e dignitários”. O uso por autoridades seria permitido em “situações de catástrofe e calamidades que envolvem o Estado de Santa Catarina periodicamente”.

O deputado Bruno Souza já se manifestou em outra ocasião sobre suposto uso da aeronave médica pelo governador, o que feito uma criança sem atendimento. Na época, o governo explicou a situação e disse que a denúncia era “falsa e apresenta claro interesse político-eleitoral”.

Esclarecimento da Secretaria de Estado da Saúde

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) foi questionada sobre a utilização da aeronave pelo governo.

Por meio de nota, o governo informou que: “A Secretaria de Estado da Saúde esclarece que o Batalhão de Operações Aéreas (BOA) do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) presta serviços de transporte aeromédico, por avião, e de atendimento a emergências, por helicóptero, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde, em iniciativa pioneira no país. Essas aeronaves também fazem outras missões, como resgates, combate a incêndios, transporte de vacinas, monitoramento de queimadas, entre outras”.

A SES também explicou os usos do Arcanjo 06, de uso aeromédico, e do Arcanjo 02, também disponibilizado para uso integrado com o serviço aeromédico.

Não é a primeira vez

Apesar das divergências entre as versões, não é a primeira vez que o governador Moisés se envolve em polêmicas relacionadas à utilização das aeronaves de resgate. Em março deste ano, o deputado Bruno Souza já havia realizado denúncias similares.

O deputado fez uso de cópias de um email, com data de 8 de março, em que a regulação estadual negou transporte aeromédico a um bebê por falta de aviões disponíveis. A aeronave já estava em viagem com o governador.

Sem aeronave oficial desde 2019, quando o jato Cessna Citation II 550 foi vendido pelo governo de Santa Catarina ao governo do Mato Grosso do Sul, o governador Carlos Moisés tem utilizado aviões que estão sob uso do Corpo de Bombeiros para deslocamentos.

Na época do ocorrido, foi registrada uma viagem em que o governador utilizou o Arcanjo-06 para cumprir agenda em Joinville e Brasília, onde formalizou filiação ao Republicanos.

Em nota oficial, o Governo do Estado admitiu o uso do avião dos Bombeiros pelo governador. Mas, em relação ao e-mail divulgado pelo deputado, respondeu que uma outra aeronave teria sido alugada pela Secretaria de Estado da Saúde para fazer o transporte da criança.

Com informações de SCC10

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