Com o título “Mudança climática castiga eleitores de Bolsonaro no Sul” e destacando, em trecho com reticências, a informação de que “Só morreram duas ou três pessoas…”, mais uma vez Santa Catarina se vê vítima do “ódio do bem”.
Em um artigo recentemente publicado pela Folha de SP, um “jornalista” se propõe a relacionar os desastres climáticos ocorridos na região Sul do Brasil com o fato de que essa região votou majoritariamente em Jair Bolsonaro. A tentativa de correlação é, no mínimo, irresponsável e um evidente sinal de oportunismo político.
O texto incita um perigoso jogo de culpa, ignorando a realidade de que a mudança climática é uma questão global e complexa que não reconhece fronteiras políticas ou geográficas. Ao mesmo tempo, atribui a tragédias naturais uma motivação política. Isso não apenas é errôneo, como também desvia a atenção da necessidade urgente de enfrentar as mudanças climáticas de maneira séria e eficaz.
“Por infeliz coincidência, a tardia derrubada do terraplanista climático se deu em paralelo com o ciclone que deixou sem luz mais de 1 milhão de moradores da região Sul. Sim, aquela parte do Brasil que votou em peso em Jair Bolsonaro, outro terraplanista climático”, diz o autor.
O autor parece estar esquecido de que as mudanças climáticas não são causadas pelas preferências eleitorais de uma determinada região do Brasil. A realidade é que todos nós estamos no mesmo barco – o barco do planeta Terra – e precisamos nos unir para combater esse desafio global.
Além disso, é importante lembrar que correlação não significa causalidade. O Sul do Brasil não está sofrendo com ciclones e chuvas recordes porque votou em Bolsonaro, assim como o Nordeste do país não foi poupado por ter votado em candidatos de esquerda.
Dizer que o Sul está sendo “castigado” é um insulto para as milhares de pessoas que perderam suas casas, bens e até mesmo entes queridos devido a esses desastres naturais.
“Deve ser porque mais e mais eleitores estão despertando para o óbvio —as mudanças climáticas chegaram. Acordaram, enfim. Tarde demais”, finaliza o jornalista no artigo da Folha de SP
