O ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), prestará depoimento à Polícia Federal (PF) na tarde desta terça-feira (16), em Brasília, em relação à investigação de possíveis fraudes em cartões de vacinação contra a Covid-19. A ação ocorre duas semanas após a prisão de quatro assessores militares dele, suspeitos de participação no esquema.
Com a ação, a PF busca entender se Bolsonaro estava ciente da existência de cartões de vacina em seu nome e dos nomes de membros de sua família, como a filha de 12 anos e a esposa, Michelle Bolsonaro.
As investigações são parte da Operação Venire, que apura essas supostas fraudes. A Polícia Federal já realizou buscas na residência de Bolsonaro e confiscou seu telefone celular. O depoimento será dado na sede da PF, localizada na Asa Norte, região central de Brasília. Informações preliminares indicam que a segurança do local será reforçada pela Polícia Militar do Distrito Federal, similar ao protocolo adotado nos dois depoimentos anteriores do ex-presidente.
De acordo com a emissora CNN, Bolsonaro negará no depoimento qualquer conhecimento do suposto esquema, alegando nunca ter sido vacinado e, portanto, não ter necessidade de um cartão de vacinação. No entanto, a PF também investiga se o ex-presidente pode ter se beneficiado da fraude.
Durante a operação da PF, Bolsonaro afirmou publicamente que não foi vacinado contra a Covid-19 e que não houve adulteração em seu cartão de vacinação. As declarações foram dadas enquanto ele deixava sua residência no Jardim Botânico, em Brasília — local que foi alvo da busca e apreensão da PF.
No início de maio, a Polícia Federal prendeu Mauro Cid, ex-ajudante de ordem de Jair Bolsonaro, como parte da Operação Venire. A operação investiga crimes de inserção de dados falsos sobre vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Outros assessores de Bolsonaro que trabalhavam no Planalto também foram presos.
A cidade de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, tornou-se parte da investigação, pois um dos registros de vacinação de Bolsonaro foi realizado em um posto de saúde local. Esse registro indicava que o ex-presidente havia sido vacinado contra a Covid-19 no local, mas a investigação aponta que se tratava de um dado adulterado.
Desde seu retorno ao Brasil em março, Bolsonaro já compareceu à sede da PF duas vezes para prestar esclarecimentos sobre outros casos.
