A região Sul do Brasil se prepara para um dia de instabilidade meteorológica nesta terça-feira, com previsões indicando chuvas significativas em grande parte da região. A MetSul Meteorologia alerta para o risco de chuva orográfica, que pode resultar em volumes elevados a excessivos em algumas áreas, especialmente em Santa Catarina e no Litoral Norte gaúcho.
Em Santa Catarina, espera-se que a chuva atinja todas as regiões, com períodos de precipitação moderada a forte em várias localidades, incluindo a capital Florianópolis e a Grande Florianópolis, devido aos ventos úmidos provenientes do mar. Os acumulados de chuva somente nesta terça podem superar os 50 mm em alguns pontos, com risco de atingir marcas próximas ou acima de 100 mm em certas localidades. Áreas do Leste catarinense podem ver acumulados superiores a 100 mm, chegando a 150 mm a 200 mm em pontos isolados.
No Paraná, a terça-feira também será marcada por muitas nuvens e instabilidade. Chuvas são previstas ao longo do dia em todas as regiões paranaenses, com acumulados mais altos previstos no Sul do estado. Alguns municípios podem registrar mais de 50 mm em apenas 24 horas, especialmente no Norte do estado.
No Rio Grande do Sul,
a previsão é de muitas nuvens com ar quente e úmido. Apesar da nebulosidade, há expectativa de que o sol apareça em alguns momentos, especialmente no Oeste e Sul do estado. A maior instabilidade, contudo, se concentrará na Metade Norte gaúcha, principalmente perto da divisa com Santa Catarina. Na Metade Sul, a instabilidade será mais isolada e com volumes menores de chuva, já que a maioria das cidades não deve registrar precipitação significativa.
A região de Porto Alegre apresenta uma previsão incerta devido à divergência entre os modelos meteorológicos. Enquanto alguns modelos, como o Icon e o Europeu, indicam pouca ou nenhuma chuva, outros, como o canadense e o WRF, apontam para chuvas mais expressivas.
A MetSul destaca ainda o risco de ventos Leste a Nordeste, que podem ser moderados a fortes em Porto Alegre e outras cidades do Leste gaúcho, com rajadas entre 50 km/h e 70 km/h. Estes ventos, ao interagirem com o relevo da Serra, aumentam o risco de chuva orográfica com volumes altos em pontos do Litoral Norte gaúcho e do Leste catarinense.
O fenômeno da chuva orográfica ocorre quando a umidade vinda do oceano, impulsionada pelos ventos, encontra o relevo da Serra do Mar. Ao subir na atmosfera, esse ar úmido e quente encontra temperaturas mais baixas, levando à condensação e formação de chuva. Este tipo de chuva é particularmente arriscado, pois pode trazer acumulados de precipitação muito altos e, frequentemente, supera as projeções dos modelos numéricos.
