Um recente relatório do Instituto do Meio Ambiente, divulgado na sexta-feira (22), reforça a preocupação ambiental em Balneário Camboriú. Pela terceira semana seguida, a Praia Central da cidade, um dos destinos turísticos mais procurados de Santa Catarina, foi classificada como 100% imprópria para banho. Com dez pontos de coleta e análise de balneabilidade, a praia figura como uma das mais monitoradas do estado.
O ponto mais crítico foi identificado na Barra Sul, na altura da Rua 4900, onde foram detectadas 14.136 bactérias escherichia coli por 100 mililitros de água, um valor significativamente acima do limite aceitável de 800. Apenas dois pontos ao norte da Praia Central apresentaram contagem de coliformes abaixo desse limite, mas ainda assim continuam classificados como impróprios para banho. Para que a situação seja revertida, é necessário que três análises consecutivas indiquem condições favoráveis de balneabilidade.
A situação é motivo de preocupação especialmente para o setor de turismo local. Margot Libório, vice-presidente do Convention & Visitors Bureau, expressa que a questão da balneabilidade é um desafio constante para a cidade. Ela enfatiza que, apesar de Balneário Camboriú possuir outras praias e atrações turísticas com condições adequadas para banho, a Praia Central com 100% de balneabilidade representaria um avanço significativo para o destino.
É importante notar que as análises recentes foram realizadas sem influência de chuvas, que poderiam piorar os resultados. A Empresa Municipal de Água e Saneamento (Emasa) aponta fatores como a falta de saneamento básico na vizinha Camboriú e problemas no sistema de tratamento de Balneário Camboriú como causas para a contaminação da praia.
Além disso, especula-se que o alargamento da Praia Central pode ter alterado a dinâmica das águas dos Rios Marambaia e Camboriú, afetando os níveis de contaminação. Contudo, essa hipótese é rejeitada pela prefeitura. Enquanto isso, uma obra emergencial de R$ 4 milhões foi contratada para tentar melhorar a situação, refletindo o desafio contínuo de equilibrar desenvolvimento urbano e conservação ambiental.