Piscinas naturais voltaram a surgir na faixa de areia da Praia Central de Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, nesta quinta-feira (17). O reaparecimento dessas formações, visíveis em diversos trechos da orla, acontece aproximadamente um ano após o término da obra de alargamento da praia.
Especialistas e autoridades ambientais associam o fenômeno às alterações provocadas pela obra, além das variações nas marés.
De acordo com Maria Heloísa Lenzi, secretária municipal de Meio Ambiente, o surgimento dessas poças se deve a um processo natural de movimentação da areia causado pela maré. “A elevação da maré desloca a areia, formando áreas mais baixas onde a água acaba ficando represada”, explicou.
A secretária também alertou que em períodos de chuva forte, o acúmulo de água pode ser intensificado.
O professor Paulo Horta, especialista em ecologia e oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), afirmou que essas formações são parte de um processo esperado após o alargamento da praia. Ele destacou que a movimentação dos sedimentos faz parte de uma dinâmica natural da costa, especialmente nos meses seguintes a grandes intervenções, como o engordamento da faixa de areia.
“Esses rearranjos ocorrem de forma constante, e é normal que essas piscinas apareçam até que a praia se estabilize”, comentou.
Tanto Maria Heloísa quanto o professor Paulo Horta recomendaram que os banhistas evitem entrar nas piscinas naturais. Eles alertam que a água parada pode representar riscos à saúde, especialmente devido à possibilidade de contaminação. “A água dessas poças, mesmo sendo salgada, pode concentrar poluentes e patógenos, o que aumenta o risco de contaminação”, afirmou o professor Horta.
Esse tipo de fenômeno não é inédito na região. Em novembro de 2022, logo antes da conclusão do alargamento da praia, uma lagoa e um desnível na areia surgiram na região da Barra Sul, indicando que as mudanças provocadas pela obra continuariam a afetar a paisagem local.