Nesta temporada, Florianópolis registrou a morte de cerca de 1.844 pinguins, um número alarmante que preocupa ambientalistas e especialistas. A Associação R3 Animal, que cuida da reabilitação e reintrodução dos Pinguins-de-Magalhães na natureza, contabilizou um total de 1.970 aves na capital catarinense até 30 de julho.
De acordo com a R3 Animal, a alta mortalidade dos pinguins está relacionada ao fato de que esses animais vivem em bandos e muitos se perdem durante a migração para as águas mais quentes do litoral brasileiro. Durante essa jornada, acabam fragilizados e, muitas vezes, não resistem. Neste ano, apenas 126 pinguins foram resgatados com vida.
Comparando com a temporada anterior, em 2023, Florianópolis encontrou 2.028 pinguins nas praias da região, dos quais 121 foram resgatados vivos. Este ano, o primeiro pinguim apareceu na Praia da Joaquina em abril, seguido por mais dois resgates em maio, nas praias do Santinho e do Morro das Pedras.
O fenômeno da migração se intensificou a partir de junho, aumentando os avistamentos de pinguins. Esses animais partem da Patagônia, na Argentina, em busca de alimentos nas águas mais quentes do Sul e Sudeste do Brasil, entre maio e outubro.
Segundo a R3 Animal, muitos dos pinguins que chegam às praias brasileiras estão em sua primeira migração, o que contribui para seu estado de cansaço e desnutrição. “Muitos se perdem do bando e ficam debilitados devido aos obstáculos que encontram no caminho, como interação com outros animais, redes de pesca, lixo marinho e outras ações humanas”, explica a associação.
Os esforços de resgate são intensos, mas a taxa de mortalidade ainda é alta. A situação serve como um alerta para a necessidade de maiores esforços de conservação e a criação de medidas para reduzir os impactos das atividades humanas sobre esses animais.