Municípios do Litoral Norte de Santa Catarina estão enfrentando um verdadeiro surto de virose, principalmente após as festas de Natal e Ano Novo.
As principais queixas são de famílias inteiras apresentando muita diarréia e vômito. As pessoas relatam que os sintomas começaram a surgir após banhos de mar, sobretudo em Itapema.
Apesar de que normalmente as praias da região são próprias para banho, a recomendação do Instituto do Meio Ambiente era de que se evitasse banho de mar na Costa Esmeralda e em diversos pontos de Santa Catarina por conta dos dois episódios de chuva registrados nos meses de novembro e dezembro.
Em Tijucas, segundo o diretor do Hospital São José, a procura mais do que dobrou. Muitos turistas que passaram as férias em Itapema, Porto Belo e Bombinhas estão fugindo para a unidade hospitalar, afogando os atendimentos. Somado a isso, os postos de saúde dos bairros estão fechados e apenas o P.A 24h está aberto.
O mesmo se aplica a Itapema. Com estrutura precária de saúde e sem até hoje ficar pronto o tão sonhado e prometido hospital, moradores e turistas esperam horas por um atendimento médico.
“Cheguei às 13h e ainda tem 30 pessoas na minha frente! Poderiam ter se organizado para atender, principalmente esse povo que vem com virose! To aqui por outros motivos, com dor e não tive prioridade. Esta vergonhoso demais!”, desabafa uma moradora de Itapema.
Uma turista que entrou em contato com o Jornal Razão disse que bastou um banho de mar em Itapema para que 7 pessoas de uma mesma família apresentassem quadro de vômito, fraqueza e diarreia.
“Por incrível que pareça fomos à Meia Praia apenas um dia e os sintomas já começaram”, conta.
Com a economia baseada na construção civil e turismo, Itapema luta para resolver a grave ameaça da poluição por esgotos, provavelmente clandestinos, na maioria das suas praias.
A concessionária Conasa Águas de Itapema, que cuida do saneamento do município desde 2004, afirma que a rede atende a 85% dos moradores e que a poluição das praias decorre de falta de ligação e/ou esgotos clandestinos.
Se isso é real, a administração do município poderia aplicar um programa de identificação, lacração e multas aos proprietários com esgotos clandestinos.
A projeção da Conasa é que a universalização do esgoto demore mais duas décadas, prazo que parece excessivo em uma cidade que viu sua população fixa praticamente triplicar nos últimos 22 anos.