Em meio à maior enchente já registrada na história de Taió, em Santa Catarina, um ato de compaixão e resiliência se destaca: Dona Leonora, uma professora aposentada, conseguiu salvar um pequeno gatinho que estava à beira da morte, vítima das águas que inundam a cidade. No entanto, o desafio para Dona Leonora não para por aí: ela e seu neto adolescente, e seu filho, estão presos no segundo andar de sua residência há mais de oito horas, esperando ansiosamente por um resgate.
Com a barragem de Taió alcançando preocupantes 121% de sua capacidade, medidas emergenciais tiveram que ser tomadas. Uma comporta foi aberta para aliviar a pressão, enquanto outras seis permanecem fechadas, na tentativa de conter o volume crescente de água. Para auxiliar nos esforços de resgate, o Exército foi acionado, juntando-se a uma força-tarefa que conta com bombeiros de toda a região.
Dona Leonora, com décadas dedicadas à educação, revela que, apesar de já ter enfrentado outras enchentes ao longo de sua vida, nunca viu uma situação tão crítica como a atual. “Já peguei enchente, mas nunca assim, com tanta água e subindo tão rapidamente”, comentou, enquanto observava a água se aproximar perigosamente do segundo piso de sua casa. Apenas 40 centímetros separavam a água da família.
Os relatos da professora idosa ecoam os sentimentos de dezenas de famílias em Taió que, neste momento, clamam por socorro, esperando que o pior possa ser evitado. Enquanto isso, na solidariedade entre vizinhos e na atuação incansável dos profissionais de resgate, encontra-se a esperança de superação em meio ao caos.