A região Sul do Brasil enfrenta um alerta de saúde pública devido aos níveis extremamente altos de raios ultravioleta (IUV) registrados nesta quarta-feira e com previsão de se manterem elevados nesta quinta-feira. Especialmente entre o final da manhã e o início da tarde, os índices UV estão atingindo valores ao redor ou acima de 15, considerados extremos.
Essa condição é resultado do tempo aberto e da atuação de um centro de alta pressão na região, que trouxe uma massa de ar seco. Este fenômeno climático tem mantido o céu claro, com pouca ou nenhuma nebulosidade, em quase todo o Sul do Brasil. O modelo CAMS, do Sistema Copernicus da União Europeia, projeta que grande parte do Sul terá índices extremos de raios ultravioleta ao meio-dia desta quinta-feira.
A combinação de atmosfera seca, baixa umidade relativa do ar e altas temperaturas diurnas cria um cenário típico de áreas desérticas, com noites frias ou amenas e tardes de calor intenso. Esse contexto é preocupante, principalmente pelo risco aumentado de câncer de pele, especialmente no Rio Grande do Sul, que possui a maior taxa de incidência deste tipo de câncer no Brasil.
A população, majoritariamente de pele clara, está mais suscetível aos danos causados pelos raios UVA e UVB. O cancerologista Sérgio Roithmann, do Hospital Moinhos de Vento, destaca que muitos agricultores estão expostos ao sol sem proteção adequada, aumentando a incidência de casos, incluindo tumores agressivos e melanomas.
Diante dessa situação, recomenda-se evitar a exposição prolongada ao sol, principalmente nos horários de pico da radiação UV. É crucial que a população utilize protetor solar, roupas apropriadas e busque sombra durante as horas mais quentes do dia, além de manter a hidratação, para minimizar os riscos associados à exposição solar intensa.