O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (Gaeco/MPRS) revelou neste domingo (26) que está investigando um suposto desvio de doações em uma ONG do município de Cachoeirinha.
A operação foi realizada no domingo, dia 19, com mandados de busca e apreensão em um depósito na cidade.
Durante a operação, documentos, celulares e mídias foram apreendidos e estão sendo analisados. A ação visa combater uma suposta atividade criminosa com motivações políticas. Três suspeitos são alvo das investigações, após o Gaeco receber uma denúncia sobre a irregularidade.
Dois dias antes da operação, uma carreta transportando donativos de SC foi descarregada em um depósito que não é um ponto de coleta oficial.
O Núcleo de Inteligência do MPRS (NIMP) realizou uma apuração inicial, obtendo autorização judicial para a operação.
Fortes indícios de apropriação indevida dos donativos pelos suspeitos, que têm envolvimento com a política no município, foram detectados.
A operação gerou muitas especulações envolvendo o vereador Deoclécio Mello (PSDB) e a ONG Vida Viva, fundada por ele. A investigação foca no possível desvio de uma carga de duas toneladas de alimentos recebidos pela ONG na última quinta-feira (16).
A carga foi colocada em um depósito na Marechal Rondon, emprestado para a ONG.
Aline Mello, presidente do PSDB e filha do vereador, afirmou que a cedência do espaço ocorreu com documentação, e os alimentos estão sendo destinados para famílias que procuram a entidade. Ela garante que nenhuma irregularidade foi constatada e a operação foi motivada por denúncia anônima, como parte de uma rotina de fiscalizações do MP.
Deoclécio Mello faz parte da frente ampla de oposição, cujo candidato a prefeito é David Almansa (PT). Aline Mello alegou que apoiadores do governo filmaram a operação, sugerindo uma armação política em ano eleitoral.
A ONG Vida Viva, cadastrada na Prefeitura, atende 75 pessoas, incluindo 40 alojados na ONG. Recentemente, a organização recebeu uma carga de donativos de São Paulo, conforme divulgado em um vídeo no Instagram da ONG, mostrando o abrigo para famílias e pets.
A operação do Gaeco ainda está em andamento, e novas informações podem surgir a qualquer momento. A presidente da ONG, Aline Mello, reafirma a legalidade das ações da organização e lamenta o que considera uma manobra política para prejudicar a imagem da entidade e de seu pai, o vereador Deoclécio Mello.