O Tribunal de Justiça do Oeste de Santa Catarina, em uma sessão que se prolongou por dois dias, proferiu a sentença para o responsável pelo terrível ataque à creche de Saudades, ocorrido em maio de 2021. O acusado foi condenado a uma pena de 329 anos e quatro meses de prisão.
O julgamento ocorreu na cidade de Pinhalzinho e contou com a participação de seis sobreviventes, oito testemunhas de acusação e quatro de defesa. Três de cada grupo puderam prestar depoimento, sendo que alguns fizeram suas declarações por chamada de vídeo.
A sessão teve início às 8h30 da manhã de quarta-feira (9), prolongando-se até por volta das 21h, quando foi retomada na manhã seguinte. Durante o julgamento, o réu permaneceu em uma sala separada, acompanhando os procedimentos.
Na quarta-feira, o interrogatório do acusado teve início, mas ele optou por permanecer em silêncio. O julgamento foi presidido pelo juiz Caio Lemgruber Taborda e retomado na quinta-feira às 9h, dando início às explanações da acusação e da defesa.
O promotor Bruno Perschke Vieira, que representou o Ministério Público estadual (MPSC), se emocionou ao falar sobre as vítimas durante sua exposição. Três pessoas precisaram de atendimento médico durante os dois dias, e a prefeitura de Saudades disponibilizou uma equipe de saúde para assistência.
A votação dos jurados começou por volta das 15h20 de quinta-feira, com a sentença sendo lida às 20h. O júri foi composto por sete jurados, selecionados entre 26 pessoas convocadas, todos residentes na região de Pinhalzinho.
O crime, que chocou a nação, resultou na morte de cinco pessoas, incluindo duas profissionais da creche e três bebês, e deixou outras 14 vítimas em tentativas de homicídio.
Durante todo o julgamento, familiares e moradores da região se reuniram em frente ao fórum, mesmo sob chuva, aguardando o veredito. A creche suspendeu as aulas para permitir que os funcionários acompanhassem o tribunal. A secretária de educação de Saudades, Gisela Ivani Hermann, expressou o sentimento da comunidade, dizendo: “É um momento aguardado há muito tempo e finalmente aconteceu. Estamos clamando por justiça e pela condenação do réu.”
A sala do tribunal estava repleta, com 84 assentos ocupados por familiares, membros da defesa, autoridades do Ministério Público e da OAB, além de pessoas presentes do lado de fora, todas unidas em busca de justiça por uma tragédia que abalou a tranquilidade da comunidade e deixou marcas profundas na cidade de Saudades.