O médico legista Alcimar José Vidolin, que atua em Joinville (SC) e Curitiba (PR), está no centro de uma investigação conduzida pelas Corregedorias da Polícia Científica de Santa Catarina e do Paraná após declarações polêmicas sobre violência doméstica. As falas, publicadas em um vídeo nas redes sociais, repercutiram nacionalmente.
Em um dos trechos do vídeo, Vidolin afirmou: “90% do trabalho hoje é ‘violência familiar’ contra mulher. Por que coloquei entre aspas? Porque para cada caso verdadeiro, há dezenas de acusações falsas para vingança, vantagem patrimonial e alienação parental”. O médico também defendeu que a violência contra mulheres é, segundo ele, exagerada pela mídia e questionou a eficácia de leis de proteção. Em outra parte da gravação, acrescentou: “Tua mulher é teu inimigo; ela pode destruir você se ela escolher. Ela não precisa de provas, não precisa de testemunhas. Basta mera alegações. É uma engenharia social maligna”.
Em resposta, o Secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Leôncio Teixeira, condenou as declarações: “Abrimos procedimentos administrativos para apurar a conduta desse profissional. É importante deixar claro que o que ele fala não representa a Secretaria de Segurança Pública, nem as Polícias do Paraná ou do nosso país, e desmerece todo o trabalho realizado pelas forças de segurança no combate aos crimes sexuais”, declarou Teixeira.
O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) também se pronunciou, informando que iniciará uma sindicância para avaliar a conduta de Vidolin. A Polícia Científica do Paraná comunicou que, ao tomar conhecimento do vídeo, acionou imediatamente a Corregedoria para investigar o ocorrido. Em comunicado, a instituição afirmou: “A PCP atua de maneira imparcial e equidistante, reafirmando nosso compromisso com a ciência, verdade e justiça”.
Além disso, uma petição foi lançada em apoio ao médico legista, contando com mais de 1.063 assinaturas. No documento, os apoiadores alegam que ele estaria sendo injustiçado e afirmam que sua liberdade de expressão deveria ser respeitada. “Exigimos que a apuração dos fatos seja conduzida de forma imparcial e que a liberdade de expressão do Dr. Alcimar seja respeitada”, diz a petição.