Ibirama, no Alto Vale do Itajaí, é a casa de uma mulher que encapsula a história viva: Dona Frau Schaefer, com seus notáveis 95 anos de idade. Com uma trajetória que combina longevidade e constante aprendizado, ela se tornou um pilar em sua comunidade e uma fonte de inspiração para as gerações futuras.
A sala de costura é quase um santuário para Dona Frau. Lá, ela maneja uma máquina de costura de pedal que tem mais de 100 anos, mantendo-a em perfeito estado de conservação. São impressionantes 72 anos dedicados à arte da costura, um ofício que ela aprendeu ao se casar aos 23 anos, trabalhando ao lado do falecido marido, que era alfaiate.
Para Dona Frau, costurar não é apenas um trabalho, é uma paixão. “Nunca me incomodei com a costura, sempre deu certo. Deu para criar os filhos”, revela. Mas sua atuação vai além do tecido e da linha. Ela também se dedica a cuidar do quintal e até mesmo à carpina. Para ela, o trabalho não é um fardo, mas uma parte vital de seu dia-a-dia. “Nunca fiquei um dia sem trabalhar”, afirma.
Mas a atividade de Dona Frau não se limita à sua sala de costura e jardim. Ela também é uma leitora ávida, consumindo livros com o auxílio de uma lupa. Há até um livro que narra sua trajetória na costura, um testemunho tangível de sua vida rica e produtiva.
Seus filhos destacam o exemplo íntegro da mãe. Neri, uma das filhas, ressalta os valores de “persistência, amor, honestidade, companheirismo e amizade” que a matriarca sempre demonstrou. Luciana, a caçula, valoriza especialmente o legado da mãe na arte da costura, uma habilidade que ela tem transmitido às gerações mais jovens.
“Honestidade e carinho são as moedas que sempre tiveram valor para mim”, diz Dona Frau, expressando gratidão a todos que reconhecem seu trabalho e trajetória. Este é o segredo não tão secreto de uma vida longa e gratificante: um ofício amado, uma família unida, e uma ética de trabalho irrefutável.
