Santa Catarina apresentou um desempenho econômico acima da média nacional, registrando um crescimento acumulado de 5% em seu Produto Interno Bruto (PIB) nos quatro trimestres finalizados em março de 2023, apesar de um cenário econômico nacional desafiador, marcado por altas taxas de juros e inflação. A informação foi divulgada pela Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan).
Em contraste, o crescimento do PIB médio nacional para o mesmo período foi de 3,3%, conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com Paulo Zoldan, economista da Seplan, o estado catarinense se destacou particularmente nos setores de serviços, comércio e agropecuária. Em contrapartida, a produção industrial local apresentou desempenho negativo.
Os indicadores revelaram um aumento expressivo de 10,3% na agropecuária ao longo dos últimos 12 meses, impulsionado por um crescimento de 17,2% na agricultura e de 2,3% na pecuária. O setor de serviços, que representa a maior fatia do PIB catarinense, teve um incremento de 5,4%. O comércio, por sua vez, registrou um aumento de 2,6%. Apenas a indústria de transformação apresentou queda, com uma retração de 3,6%.
Além disso, Santa Catarina registrou resultados robustos em outros indicadores econômicos no último ano. As exportações atingiram um valor recorde de US$ 12,12 bilhões, um aumento de 10,8% em comparação ao mesmo período do ano anterior, enquanto as importações somaram US$ 29,3 bilhões, 13,9% a mais do que no período anterior.
O mercado de trabalho também apresentou avanços notáveis. Após registrar mais de 90 mil novas vagas em 2022, o estado adicionou 55.675 novos empregos até abril deste ano, figurando como o terceiro melhor resultado do país.
Edgard Usuy, secretário de Estado de Planejamento, ressaltou a importância do PIB como um indicador chave para análises da evolução da atividade econômica e destacou a força da economia catarinense. No entanto, ele enfatizou a necessidade de uma análise detalhada para identificar áreas que precisam de maior atenção.
Apesar do otimismo, o economista Zoldan alerta para a incerteza na previsão do desempenho da economia estadual neste ano, dado o forte vínculo com a economia nacional. Mesmo diante da redução da inflação, queda iminente dos juros, aprovação do arcabouço fiscal e avanço da reforma tributária, o especialista prevê um ritmo de crescimento mais lento para o PIB nacional nos próximos trimestres.
Com um cenário de diversificação econômica e investimentos em quase todos os setores, a expectativa é que Santa Catarina continue a superar a média brasileira de crescimento do PIB, que, segundo instituições financeiras e empresas de análise econômica, deve ficar próximo a 2% ou em torno de 2,5%.
