O preço da carne bovina disparou entre janeiro e setembro deste ano, com uma alta média de 30% em relação ao mesmo período de 2023. Entre as principais causas apontadas por especialistas estão o aumento expressivo das exportações, o impacto da seca prolongada e das queimadas que atingiram diversas regiões de produção pecuária. Esse aumento afeta diretamente o bolso das famílias brasileiras, principalmente aquelas de baixa renda, que dependem da carne como uma importante fonte de proteína em suas refeições diárias.
Após um período de queda nos preços, que durou cerca de seis meses, os valores voltaram a subir no segundo semestre, atingindo o pico em setembro, com um aumento mensal de 3%. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes, foram exportadas 286.750 toneladas de carne bovina apenas em setembro. Com essa alta na exportação, a oferta no mercado interno diminui, impulsionando os preços para os consumidores locais.
O economista Matheus Dias, do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), explica que o impacto é maior nas famílias de menor poder aquisitivo. “O aumento de um alimento tão essencial como a carne afeta as famílias com menos recursos, que sentem de forma mais intensa o peso dessa alta no orçamento familiar”, ressalta Dias.
A previsão para os próximos meses não é animadora. De acordo com o IBRE, a tendência de alta deve se manter e pode se intensificar ainda mais com a chegada das festas de fim de ano, um período em que a demanda costuma aumentar. O cenário pode resultar em uma pressão inflacionária maior, exigindo ainda mais do orçamento das famílias e dificultando o acesso da população de baixa renda à carne bovina.
Diante desse quadro, muitos brasileiros já começam a adaptar suas escolhas alimentares, optando por cortes mais baratos ou substituindo a carne bovina por outras fontes de proteína. Com informações NSC.