A Polícia Civil de Santa Catarina (PCSC) cumpriu, nesta segunda-feira (4), mandados de busca e apreensão em Florianópolis, São José e Palhoça, todos municípios da Grande Florianópolis, como parte de uma operação que investiga um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo máquinas de pelúcia. Durante a ação, 37 máquinas foram apreendidas, todas identificadas como “viciadas”.
A investigação, conduzida pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), apontou que as máquinas, que supostamente ofereciam o desafio de capturar um bicho de pelúcia com uma garra mecânica, eram usadas para camuflar os lucros oriundos do jogo do bicho. Para dificultar o rastreamento, os envolvidos chegaram a registrar cerca de cinco empresas, cada uma com CNPJ próprio.
O delegado Jeferson Prado, à frente do caso, afirmou que a perícia confirmou a adulteração em todas as máquinas. “Realizamos a perícia e, para nossa surpresa, todas, sem exceção, estavam adulteradas”, relatou o delegado. As máquinas eram programadas para que os jogadores tivessem chances extremamente limitadas de sucesso, com a possibilidade de capturar um brinquedo apenas após dezenas de tentativas.
De acordo com Prado, o funcionamento dessas máquinas, ajustadas para que os bichinhos fossem obtidos apenas a cada 40, 60 ou até 90 jogadas, configura jogo de azar, prática proibida por lei. Além disso, parte dos brinquedos oferecidos era suspeita de falsificação, o que adiciona outra dimensão ilegal ao caso.
Se as acusações forem comprovadas, os envolvidos podem enfrentar penas superiores a oito anos de reclusão, tanto os sócios visíveis das empresas quanto aqueles que se mantinham ocultos, mas operavam nos bastidores.