O nascimento de uma criança é um dos momentos mais aguardados e emocionantes na vida de qualquer família, mas para Thiara Rafaela, de Balneário Camboriú, o que deveria ser um dia de alegria se transformou em uma tragédia irreparável. No dia 23 de outubro de 2024, ela deu à luz sua filha, Alicia Rafaela Alves Fragoso, no estacionamento do Hospital Ruth Cardoso. No entanto, o bebê já estava morto.
ENTENDA O CASO:
Uma mulher grávida de 40 semanas em Balneário Camboriú procurou o Hospital Ruth Cardoso várias vezes entre os dias 21 e 23 de outubro de 2024, relatando dores e perda de líquido amniótico. Em todas as ocasiões, foi liberada pela equipe médica por falta de dilatação suficiente. No dia 23, a caminho do hospital, o bebê começou a nascer dentro do carro da família. Uma enfermeira foi ao encontro da mãe no estacionamento, mas o recém-nascido já estava morto.
“Mataram nossa menina. Alicia não teve a chance de respirar.” Essas foram as palavras da avó materna, Milza, em uma entrevista emocionante à Rádio Menina, parceira do Jornal Razão. A família, ainda em choque, acusa o hospital de omissão de socorro. Segundo relatos, Thiara havia procurado a unidade de saúde diversas vezes nos dias anteriores, relatando fortes dores e perda de líquido amniótico. Em todas as ocasiões, foi liberada sob a justificativa de que ainda não havia dilatação suficiente.
Na madrugada de terça-feira (22), a gestante voltou ao hospital pela terceira vez, sentindo dores mais intensas. Mas, novamente, foi orientada a voltar para casa. Apenas na manhã de quarta-feira, durante o trajeto para o hospital, as contrações se intensificaram e o bebê começou a nascer dentro do carro. O pai, Alessandro, correu desesperado para pedir ajuda. “Chegamos ao hospital às 7h25, e o parto já estava acontecendo no carro. Uma enfermeira veio correndo, mas era tarde demais. Nossa filha já estava sem vida.”
Após o ocorrido, a Polícia Militar foi acionada para registrar o boletim de ocorrência, e a Polícia Civil agora investiga o caso. Alessandro revelou ainda que, durante uma consulta anterior, os batimentos cardíacos da bebê estavam alterados, mas o hospital alegou que o problema estava no aparelho. “Eles não nos ouviram. Agora nossa filha se foi.”
O hospital, por sua vez, afirmou em nota que seguiu todos os protocolos recomendados pelo Ministério da Saúde e que os procedimentos serão revisados internamente. A diretora do Hospital Ruth Cardoso, Syntia Sorgato, declarou que, apesar da dor da família, os profissionais agiram conforme as normas técnicas. “Sentimos muito pela família, mas infelizmente, fatalidades podem acontecer. A equipe médica fez tudo o que estava ao seu alcance.”
Entretanto, para Milza, nenhuma explicação será suficiente. “Estamos com o coração partido, sabendo que isso poderia ter sido evitado. Alicia não deveria ter morrido dessa forma.”
Agora, a família espera por respostas e justiça. Eles afirmam que não descansarão até que o caso seja esclarecido. Mais informações serão divulgadas à medida que a investigação avançar.