Cabeleireiro de Joinville vive 32 anos sem saber que os órgãos estão ao contrário

Exame por dores abdominais revela que catarinense tem órgãos em posições invertidas

Por Redação

14/10/2024 09h12 | Atualizado há 5 horas

Um cabeleireiro de 32 anos, morador de Joinville, descobriu na vida adulta que seus órgãos internos estão posicionados de forma invertida. A revelação ocorreu após um ultrassom realizado para investigar dores abdominais. Jonas Christian Nennemann relata que o diagnóstico trouxe surpresa, já que, durante a infância, ele acreditava possuir apenas uma alteração cardíaca.

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A condição identificada é conhecida como Situs Inversus Totalis (SIT). Trata-se de uma alteração congênita rara que faz com que órgãos do tórax e do abdômen estejam em posições espelhadas. Segundo especialistas, essa anomalia geralmente não afeta significativamente a saúde dos pacientes e pode passar despercebida até exames mais específicos.

Ainda na infância, um raio-x realizado por suspeita de sopro cardíaco apontou que o coração de Jonas estava do lado direito do tórax. Na época, ele foi diagnosticado com dextrocardia, uma condição que envolve a inversão apenas do coração. A descoberta do SIT completo só veio aos 21 anos, quando um ultrassom solicitado por uma médica identificou a posição invertida de outros órgãos.

Jonas compartilha sua história com seus mais de 38 mil seguidores nas redes sociais, descrevendo-se como “anômalo”, referindo-se ao termo médico para características que fogem do padrão. Ele forneceu à reportagem um laudo de 2013 que confirma o diagnóstico de Situs Inversus Totalis.

De acordo com o cardiologista pediátrico Gabriel Carmona Fernandes, a inversão dos órgãos não costuma causar impacto relevante na rotina dos pacientes.

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O médico Pablo de Souza complementa que casos como o de Jonas são frequentemente identificados apenas na vida adulta, especialmente quando o indivíduo não apresenta outras doenças associadas.

Apesar de viver bem, Jonas menciona que enfrenta dificuldades no atendimento médico. Ele relata que muitos profissionais têm dificuldade em localizar seus órgãos corretamente, o que complica avaliações em situações de dor ou doença.

Os médicos explicam que o diagnóstico do SIT pode ser feito por meio de exames de imagem como tomografia ou ultrassom. Fernandes acrescenta que, embora atualmente seja possível detectar a condição em fetos durante ultrassons morfológicos, essa identificação pode ser desafiadora devido à movimentação do bebê.

Jonas afirma que, apesar de sentir algum cansaço e uma respiração mais leve, sua rotina de trabalho não é afetada. Ele relata que trabalha sem muitas folgas e que, segundo médicos que o atenderam, deve continuar a levar uma vida normal. O cardiologista Pablo de Souza observa que, na maioria dos casos, o SIT é detectado apenas quando um problema específico leva à realização de exames mais detalhados.

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