“Faria tudo de novo”: assassino de crianças em creche de SC é condenado a 220 anos e poderá ser solto em 2063

Um ano e quatro meses após o trágico ataque a uma creche no Vale do Itajaí, o homem identificado como autor dos crimes foi condenado a 220 anos de reclusão, em regime fechado.

Um ano e quatro meses após o trágico ataque a uma creche no Vale do Itajaí, o homem identificado como autor dos crimes foi condenado a 220 anos de reclusão, em regime fechado. A sentença foi lida por volta das 19h, após uma sessão do Tribunal do Júri que se estendeu por 11 horas na comarca de Blumenau. Emocionados, os familiares das vítimas acompanharam o julgamento, que teve acesso restrito. 


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A sessão teve início por volta das 8h30min, com o sorteio dos jurados previamente convocados. O Conselho de Sentença foi composto por quatro homens e três mulheres, que decidiram o destino do acusado. O julgamento ocorreu no salão do Tribunal do Júri do fórum de Blumenau, sob a presidência da juíza Fabíola Duncka Geiser, titular da 2ª Vara Criminal da comarca.

Após a formação do Conselho de Sentença, os trabalhos começaram com a oitiva das testemunhas de acusação e de defesa. Pela manhã, cinco pessoas foram ouvidas, seguidas pelo interrogatório do réu. Os debates foram retomados após o intervalo para o almoço, com réplica e tréplica, e se estenderam até o início da noite. Encerrados os debates, os quesitos foram apresentados para ponderações e após a definição e exposição dos quesitos. Em votação secreta, a maioria decidiu pela condenação do réu.

Ele foi julgado por quatro homicídios qualificados e cinco tentativas de homicídio qualificado. As qualificadoras incluem motivo torpe, meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas e crimes contra menores de 14 anos.

A juíza destacou que a culpabilidade do réu é extremamente elevada, ressaltando que o crime foi premeditado. Ela mencionou que ele assistiu a vídeos de atentados, realizou buscas na internet sobre crimes, discutiu o uso do machado com um amigo e utilizou anabolizantes para “criar coragem”. Além disso, a juíza apontou o transtorno antissocial do réu, sua ausência de remorso e o fato de ele ter afirmado que “faria tudo de novo”.

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“A escolha do réu recaiu especificamente sobre uma escola de educação infantil, um lugar que deveria ser seguro para as crianças”, afirmou a juíza durante a leitura da sentença. “Ele confessou ter escolhido crianças como alvos porque elas correm mais devagar, e que bastava um passo para alcançá-las”, continuou a magistrada.

Segurança e acesso restrito


Um forte esquema de segurança foi implementado nas imediações e no interior do prédio da comarca. A Rua Zenaide Santos de Souza, em frente ao fórum, foi temporariamente fechada no início do júri. Durante o andamento, a rua foi liberada, mas novamente fechada ao término do julgamento. O acesso ao Tribunal do Júri esteve restrito aos familiares das vítimas, do réu e à imprensa, com cadastro prévio, sem a presença de público externo.

Preso desde o data do crime, o réu não poderá recorrer da decisão em liberdade. Devido à presença de menores envolvidos, o processo tramita sob sigilo.


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